segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Eczema, Rhus Tox

Eczema:
Cada caso é um caso, por isso a individualização é a chave para o sucesso, pedagogicamente podemos ver:

Aparência: coçar até sangrar, pele ferida que deita “água” ou “mel”. Pele com “altos”, “bolhas”, crostas, …

Localização: Atrás das orelhas, braços, pernas, pescoço, nádegas, …

Tipo de desconforto, comportamento

- Entre outros milhões de possibilidades dentro do nosso estilo

- Modalidades: clima, sono, aversão e desejo alimentar, sede, traumas

Casos

J. 62a, sofre de eczema desde pequena. Aparecia nos antebraços, pernas e pescoço. Seco e vermelho. Ocasionalmente quebrava e exsudava fluido claro. Em criança estava nas dobras (cotovelos e joelhos), teve depois um episódio com hera venenosa e a localização mudou.

Era alegre, ocupada. Professora aposentada que continuava a ensinar professores e viajar para países quentes.

Não gostava do creme (esteróides), quando o prurido atacava muito saltava para a água quente.

Rhus Toxicohendron 12c todos os dias. A pele limpou em uma semana.

2 meses depois regressou, o eczema voltara como previsto e avisado - Rhus Tox. 30c, não ajudou

Rhus Tox. LM1. Unidose, pele limpa.

J9a, adora doces. Muito supersticioso, pensou que mascara-se de vampire iria atrair vampires verdadeiros.

Eczema negro, oval, prurido, nos membros superiores. Coçava até sangrar, diz que melhorava se andasse ou se tomasse duche. Rhus. Tox. 12c todos os dias por um mês.

Regressou e disse que quando acabou o medicamento a comichão voltou. Quer mais medicamentos.

Rhus. Tox. 30c, unidose, durou uma semana. Nova dose, duas semanas. 3ª dose cura completa.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Eczema, Alergia ao sol, Nat mur

Eczema, Alergia ao sol - Igna, Nat mur, Lyc


Sra M 36a, trabalha num lar. Vive com o seu companheiro, sem filhos. Há mais de ano morreu a mãe. Queixa-se de alergia ao sol, aproxima-se o Verão e quer resolver o problema de vez. No Verão passado teve uma erupção, o colega prescreveu corticoides tópicos, mas nao usou. No fim do Verão a erupção desapareceu. Refere que as lesões eram pápulas brancas, muito pruriginosas.

Apareciam no dorso do pé, perna anterior e posterior e dorso dos antebraços. Só aparecem quando expostas ao sol. Por isso refere que é alérgia ao sol.

Antecedentes Persoais: bronquite na infância. Retirou apêndice 19 anos. Cólica nefrítica pelos 21 anos.

Antecedentes Familiares: mãe faleceu de cancro no estômago, avó materna também teve cancro. Padre é são, mas teve em jovem uma afecção pleural de origem tuberculosa.

Exame físico normal.

Analises: sangre e urina, valores normais, a Hb 11.8 g/dl abaixo do normal pelo laboratório escolhido (12-16).

General:

Frío-calor: friorenta mas tolera mal a exposição larga de sol e o calor excesivo.

Desejos-aversiões: alimentos salgados.

Sede: ingere muita agua.

Sono: normal, acorda bem.

Menstruação: regular (28-30 días), escassa, curta, síndrome premenstrual: dor nas mamas e abdomen, carácter irritavel.

Transpiração: normal.

Estes dados mais a biotopografia da morte da mãe recordam Natrum Muriaticum, mas vou avaliar o mental:

Descreve-se como insegura (1), muito ordenada (2). Muito compassiva, gosta do trabalho, ajudar os enfermos. Em geral preocupa-se muito com as pessoas que a rodeiam (3). No momento da consulta, emocionalmente está mal, o seu humor muda constantemente, rí e depois chora (4). Farta-se facilmente, sobretudo se as coisas não são como ela quer ou espera (5). Chora por tudo ou por nada.

A relação com o seu parceiro vai mal, está decepcionada (6), mas não mostra os sentimentos (7), teme que o seu parceiro se afaste, sente-se mal, culpa (8) e reprova o seu comportamento (9). Não quer estar só (10). Desde a morte da sua mãe que não voltou a ser a mesma (11). Na reportorização, só pelo mental aparece Ignatia, cubrindo todos los síntomas. IGNATIA AMARA 1000K unidose.

Passaou um mês e regressou. Emocionalmente está mais tranquila "já não ando na montana russa." refere.

Rompeu com o seu parceiro, prefere estar só, busca a solidão (1,2,3) . Recorda a morte da mãe, como um filme, pensa muito nela (4,5,6)

Mantém o desejo de alimentos salgados (7) e a sede (8)

Menstruação continua a ser curta (9), escassa (10) e precedida de SPM como da 1ª consulta (11)

Cefaleias, compressivas, como se o cérebro fosse maior que o crâneo (12,13,14). Estamos a entrar no Verão e a sua "alergia" reapareceu, pruriginosa (pápulas brancas sobre a pele normal) (15, 16). Hb baixou (17).

NATRUM MUR 200 CH, 5 granulos por dias, durante 3 días.

Passou mais um mês, as cefaleias desapareceram, a erupção também. Tornou-se mais sociável e já não dói tanto pensar na mãe. A mestruação melhorou pouco. Nova dose.

2 meses depois, tudo normal. Reapareceu um sintoma antigo: dor no rim dto irradiada da pélvis, problemas ao urinar.

Cos este dado, e a falta de confiança dela, intolerância à contradição, ser "cobarde fora de casa" (dura com os subordinados e amável com os superiores): lach., lyc., plat., verat.) Tomou LYCOPODIUM 200 CH, o seu remédio de fundo

Ficou óptima.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Urticaria - Rhus radicans

Case 50 Urticaria anual, Rhus radicans


Sras. S., 40a. Queixa de anual recorrente todos os anos de algo que refere ser semelhante a urticária.

No 13º dia de Maio de cada ano por 7 anos teve um ardor com prurido na pele incomodativo.

Via num desses ataques acamada, com os olhos fechados pelo edema das pálpebras. A urticária era tão violenta que não era possível ver um ponto de de pele saudável. Durava 24h. Estava bastante incomodada e dizia a todo o momento: "Eu vou morrer desta vez de certeza."

Parecia sufocar e atirava os cobertores. Pelos seus movimentos e discurso dava a parecer que a sua pele estava em fogo. Não havia sede perceptível e o tempo era precioso Apis 200, mas sem efeito de cura verdadeira. Talvez fosse Canta

Os paroxismos passaram e apesar de não acreditar sobreviveu. Passou mais um ano e voltou a ligar como combinámos, um mês antes da crise esperada. Tive oportunidade de recolher mais queixas.

Quando a erupção estava distinta ela procurava aliviar-se pelo calor (nunca podia ser APIS, talvez ARS) para melhorar do ardor e prurido. Quando pedia frio e jogava os cobertores fora, ficava pior. Após voltar a acalmar pedia os cobertores de volta, para ficar bem quentinha. Ficava logo quieta e a crise passava sem sofrimento.

Apis nunca podia ser similimum, agora estava claro porque não curara a paciente como em outros tantos casos de SOS.

Com os novos sintomas e modalidades, foi dada unidose de Rhus rad. 200

Após algumas horas da toma ela declarou que a "crise" aproximava-se. Mas era fraquinha, e nunca mais deu problemas. Após 2 anos ligou agradecida: "Sinto-me uma nova mulher."

Podia não ser urticária, alguns colegas referiam que era alergia por ter comido morangos. Parou logo de comer e durante 7 anos continuou com crises. Um colega dizia algo e logo a seguir via a sua opinião contrariada por outro ilustre.

O diagnóstico não é a nossa prática, como refere o fundador: " O nome da doença é para si, o nome do medicamento é para mim."

Em homeopatia a imagem é clara na patogenesia do Symptomen Codex.

A mais alta potência foi administrada e nunca mais repetida. O agravamento ocorreu leve como esperado.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ovario dto, dor - Merc

Caso 25 Dor na região do ovário direito Apis, Sepia, Cenchris


Após ter estado casada por 3 anos, queixou-se de uma dor no ovário direito, tipo úlcera. Não consegue mover a perna 2 dias antes da menstruação.

Descarga negra, escura. Seguida após alguns dias por sangue coagulado. Depois leucorreia coagulada e castanha-amarelada

Ao usar de Apis e Sepia, altas, sentia-se melhor no mês seguinte. Mas a dor regressava em caimbras no ovário dto. Apis alta alivia mas não cura.

No ano passado a menstruação veio dois dias antes. No primeiro dia vermelho vivo e durava 4 dias, pouco. Após começava a dor no ovário dto, como se fosse uma dor de dentes intermitente, durante o dia. A região de dor crescia até ser do tamanho de uma polegada. Cenchris cm.

Teve pela primeira vez uma menstruação normal.

Restava alguma dor. Refere que atribui a dor por ter injectado água fria pós-coito, de acordo com amiga. Nova crise, a família teme ser terminal. Perderam a confiança no método. A alopatia falhou, algo tinha de ser feito.

Estava irrequieta e sedenta. Com suor e frio.

A dor estava pior com o suor. Extremidades frias. Mau hálito. Levantar os cobertores arrefecia-a mais. Merc-sol. 6000, administrado pela família.

Em duas horas adormeceu, descansava pela primeira vez em 4 dias. Não tomou mais nada.

Tolmou Sac-lac por alguns dias e teve alta.



Case 59 Ovário dto, rasgar e picada - Mercurius solubilis

Sra. M., 27a, casada, queixa de rasgar e picada no ovário dto. Medicada por colega com Apis, Lyc, Bell., Lach., mas sem resultado.

Na consulta refere ter a dor por todo o corpo mais intensa de sempre, o que para nós é a melhor ocasião de ver o quadro sem máscaras.

Muita sede, transpiração quente, não melhorava a dor. Mau hálito, vómito de bilis, irrequieta. Os gritos eram ouvidos pelos vizinhos.

Merc. sol 6000, unidose, adormeceu. Teve vários ataques no passado, mas não dessa intensidade. Nunca mais nehuma dor destas.

Ao olhar para os dois casos, que outro medicamento senão Merc. ?

Apis foi excluido (apesar da dor tipo picada), por ela estar coberta e quentinha e sem alivio da transpiração.

Em Apis, atira os cobertores e alivia pelo frio.

A dor não migrava da dta para a esq como Lycopodium (nem o oposto como Lach); sem ardor e calor irradiante como Bell.  Mas Merc. era o similimum.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Parto, nascer de pés ou cabeça - Puls

Case 15  Parto, Nasce de pés - Pulsatilla


Este caso não é fácil de estudar. Uma mulher de meia-idade, com experiência de vida e bem educada. Colega de profissão com mais de 30 anos de prática que por vezes procura uma segunda opinião, demonstrando o seu profissionalismo e seriedade. No nosso ramo pedir é sinal de força e não de fraqueza. A sua nota refere 2 dois, 3 seria sinal de um bom trabalho. Entrei em casa, e confirmei o prognóstico da colega. A dilatação era do tamanho de uma moeda. O caso apontava para Pulsatilla e deixei a família descansada. No dia seguinte ligaram. A paciente medicada tinha muitas dores e espasmos. Ela estava sob a esfera de Pulsatilla, mas foi feito novo levantamento de caso. A minha colega ligou a perguntar porque o erro dela não tinha sido apontado, porque não era possível errar uma observação de algo tão simples. Ela refere de seguida que eu saberia que era um parto normal, pois a criança que nasceu algumas horas depois teve parto normal, de cabeça. " Terá sido a Pulsatilla ?" - perguntou-me em confidência enquanto estudavamos juntos os pontos vitais de MTC para estes casos em SOS.

Prolapso, Sepia, Lilium

Prolapsus. - Caso 98 - Sepia - MM comparada


Sra. K. casada, 28a prolapso diagnosticado por genecologista. Mulher alta, magra, mas de saúde. Usava cinta, retirada para perceber o caso:

Urina lentamente, tem de esperar para começar: Sepia., Lycop., Arn., Hepar., Zinc, Cann-ind.

Obstipada, sente uma tampa no recto, mesmo após evacuar: Sep.

Queixa-se de fome, vazio no estômago: Sep., Murex., Ign. Hydr. and many others.

Sempre teve a sensação de algo a descer pela pelvis, como se o utero deslizasse para a vagina: Sepia, Murex, Lil-t., Nux., Natr-m., Puls., etc.

Tem de pressionar a vulva com um guardanapo para ter alivio: Sep., Murex, Lil-t.

Cruza as pernas para prevenir que o útero escape: Sep.

Constituição física: Sep.

Sep. C. M. unidose, seca, e Sac. Iac.

Passaram 3 anos, nunca mais necessitou de médico. Sentia-se invalida antes. A unidose curou-a.



Case 99 - Prolapsus - Lilium tigrinum

Ao chegar a casa a Sra. K enviou-me um caso semelhante ... para todos menos para a homeoptia.

Refere que "é um caso tal como o meu." Mulher baixa, morena. Também usava a cinta, não conseguia fazer a lida da casa sem ela.

A cinta foi removida, e foi informada que teria de voltar ao gabinete todos os dias por uma semana. Foi dado Sac. lac., e a cada visita apontei as queixas. Ao fim de uma semana a imagem começou a surgir. O mental estava traçado.

Queixava-se de ter medo de estar a perder a razão: Lil-t.

Sensação na pelvis como se o utero fosse cair: Sep., Lil-t.., Murex, Natr-m., Nux-v., Puls, Pod. and others.

Tem de pressionar a vulva com as mãos para evitar a sensação de queda: Lil-t., Sep., Murex.

Dores da pelvis à coxa semelhantes a Lil-t.

Lil-t. 30 por um dia, em água, seguido de Sac-lac. por uma semana.

Melhorou, andou até ao Zoo. Que evitava mesmo com a cinta. Foi para casa com prescrição de Lil-t. 200, para tomar em dificuldade.

Um ano depois, escreveu. Refere que tomou uma dose e guardou as outras com cuidado. Enviou um donativo muito generoso de agradecimento pela cura. O marido refere que foi a cura mais barata que encontrou, por isso ficou agradecido. Um colega tinha passado para a apaciente uma receita de uma quantia significativa pelos medicamentos e pelas consultas de rotina.

O fundador aconselha-nos: "A prática pode não pagar bem mas é trabalho honesto."

Blenorragia, Merc

Blenorragia, caso 60 Merc Sol


H 28a, queixa de blenorragia indolor, no meatus de manhã.

Contraiu novamente gonorreia alguns meses antes e a descarga tinha quase parado. Há 5 anos teve um ataque de gonorreia que resultou em operação. Só permitia a passagem de um tubo nº 8. Queixas:

Descarga, pequena, indolor. No meato.

Face, edema. Obstipação. Má digestão e debilidade geral

Sepia cm, unidose seca; depois Sac. Lac.,

Na noite seguinte informou que estava muito doente. Pede outro medicamento pois a descarga voltou.

Enviei Sac. Lac., com a informação para aparecer rapidamente para observação

Ligou após alguns dias, disse que o medicamento trouxe-lhe alívio. A descarga era profusa, espessa e amarelada

Sac- Lac. nova dose, para ligar na próxima semana.

Nova chamada. Descarga verde-amarelada; alguma dor na micção; suor nocturno: dor nos ossos; piora na transpiração; arrepios de noite

Merc. sol. 6000 em água cada 3 horas por 24h (como descrito nas ideias do fundador) e Sac. Lac.

Uma semana depois todos os sintomas melhoraram, a descarga teve diminuição.

Merc. sol. 6000, unidose; depois Sac. Lac.

Uma semana depois; A descarga quase que desapareceu; sente-se melhor; Tem fluxo de urina largo como nunca.

Unidose Merc. sol. 6000.

Após 3 meses passou para um tubo Nº. 14.

Sem descarga. Ele está em boa saúde. Os dois medicamentos curaram a pessoa e o tratamento foi indolor.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Vomito, gastropatia

Caso 29 gastropatia e Vomito, Phos
Catherine W., 7a. Cada 2 or 3 semanas tem paroxismos de vomitar com febre alta, rubor na face e sede por água fria

Desde a infância tem vómitos, amarelo-esverdeados com muco, mesmo bilis pura. Já teve vários médicos.

Ataque nos olhos e pele. Obstipação, fezes indigeridas. Urina com sedimento cor de pó de tijolo

Muito friorenta em água fria, mas o gastro agrava em água quente. Lábios abrem em água fria mas sofre mais no Verão. Quanto mais quente é o tempo masi severos são os paroxismos. Mãos frias e pés húmidos.

Pele malhada, temperatura abaixo do normal fora de crise. Lingua muito coberta. Excitável, chora e depois ri.

Phos. 10m.

Novo ataque após 5 semanas Phos. 10m.

Após seis semanas a melhorar, sente-se começar a ficar pior. Phos. 50m.

Após sete semanas ela vomitou porque como aparentava estar bem a mãe deu-lhe comida mais "rica". Phos. 50m.

Sem sinal de retorno de crises por dois meses. Phos. cm.

Após 2 meses, Fezes com aparência de comida não digerida. Mãos e pés frios. Pele Malhada. Sede por água fria. Phos. cm.

Ficou curada e apresenta ser saudável e robusta.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Epilepsia - Bufo

Epilepsia


Paciente M. 42a veio ao gabinete com a sua irmã em 1997 com queixas de epilepsia. Estava a ser medicada por mais de 3 anos com mais de 5 alterações de receita ao tentar controlar os tremores. A medicação diversa não controlou os tremores.

Muito cedo na sua vida M. teve tremores generalizados. Neste momento são localizados e começam na mão esquerda e ascendem até à face, boca e olhos mais do lado dto.

Normalmente não tem tremores nas pernas e não perde a consciência durante as crises.
Mas por vezes ocorrer tremore generalizados em que perde consciência.
As crises duram por aproximadamente um minuto e não deixam sequelas.
Os tremores começaram aos 14 anos após a menarca.
Embora possam ocorrer a qualquer altura do mês são « menstruação, stress.
Piora principalmente antes do PM mas também por vezes após. Mas não durante.
A menstruação não é regular.

A M. tem escoliose e tem um suporte na coluna. Tem historial de osteoartrite suave na mão esquerda e ambos os tornozelos.

A M. é muito amável e procura agradar. Responde de forma fácil às questões, de forma tão aberta que chega a ser incómodo, fala alto de forma enstusiasmada.

A M. foi prematura e quase morreu no parto, mas não sabe os detalhes. Apenas sabe que não teve oxigénio suficiente. Foi de aprendizagem lenta a andar e falar, teve educação especial na escola.

A M. vive com a mãe, que está doente. Ela é muito dócil mas pode ser teimosa se não quer fazer algo. É muito sensível e facilmente ofendida. Vê programas para criança na tv . Lê maioritariamente romances. Tem várias estantes de livros desse tema, enquanto tomo notas da consulta ela folheia um romance e lê mais um pouco. Nega masturbar-se.

Ela tem dificuldade em soletrar mas a memória é boa. Todos os sentidos parecem enfraquecidos. Especialmente a visão e audição. O equilibrio está também mau, tendo por vezes tendência para cair para a esquerda enquanto anda ou está de pé.

Análise:
Existem demasiadas rubricas para descrever este tipo de ataque. Isso pode dificultar o nosso trabalho. Mais de uma vez percorri as combinações possíveis e lógicas … sem resultado. Não ocorriam melhorar significativas. Lembrando que para a nossa prática, tudo o que não é cura absoluta é trabalho incompleto.

Fecho os olhos e procuro dentro, nos longos anos de treino e estudo. Mergulho dentro.

Recordo então a aula sobre o que é a essência da nossa prática tratar a pessoa e não a patologia. É a pessoa que manifesta a patologia e não oposto. Mas quando a patologia é grave e severa, tendemos para esquecer-nos. Tendemos para ver a patologia como uma identidade própria … e esquecemos a pessoa.

Quer seja neo, epilepsia, autismo … a regra é restaurar a pessoa, não tratar a patologia.

Ideia 1. Ao olhar para M, observa-se um atraso de desenvolvimento mental. Em homeopatia as palavras têm de ser objectivas … por isso a rubrica que cobre este campo é Idiocy. Depois vamos a Extremities, slow learning walk. E finalmente cruzamos com Mind, slow learning talk.

Ideia 2. Falta ainda observar a pele, mas mantendo a crise epiléptica. Generalities, convulsions, menses, before; generalities, convulsions, menses, after; e generalities, convulsions, menses, during. Mesmo que ela não tenha crises durante a menstruação nota-se uma relação considerável entre as crises e a menstruação.

Ideia 3. Os romances que estava sempre a ler. E o facto de não se tocar intimamente: Mind, amorous disposition and Mind, lascivious.

Ideia 4. O pensamento seguinte foi a sua sensibilidade extrema. Mind, offended easily.

Agora era juntar as peças todas. O atraso de desenvolvimento mental elevou a sua sensibilidade, chegando a refugiar-se no seu mundo interior em extremos. O seu mundo interior era perfeito, feito de romances de cordel, glamorosos. O que a afasta deste mundo é a necessidade de ter de conviver. Especilamente com a sua paixão secreta. Mas por não ser correspondida deixava-a mais solitária.

connection was a solitary effort. It kept her more by herself and more alone. This led to eruptions; in this case tantrums and seizures, which made her more confused and slow.

De 25 possibilidades, uma é eleita, Bufo.200CH, unidose.

Após um mês os tremores diminuiram, sem crises. Está mais serena e com mais equilibrio.

Após 10 meses, tremores menos frequentes. Ocasionalmente tem alguns espasmos na face. Fica mais de 2 meses sem tremores. - diminuir medicação química.

Após 15 meses fica mais irritada e impaciente. Luta com a irmã. Lê ainda mais romances. Choca e deixa cair coisas, mais tremores. A mãe morreu 3 meses antes. Mais independeente, dá ordens às pessoas quando estas pedem para que ela faça coisas que elas deveriam de fazer por si prórpias.

Bufo 200c e ficou restabelecida.

Utero, menorragia - Calc

Caso 51 - Útero, hemorragia, Calcarea Carbonica


Mrs A. 31a, tendência para a obesidade. Hemorragia uterina crónica
Menorragia, coágulos largos com sangue vivo. No dia do seu casamento ela teve uma crise, da excitação.
Qualquer choque ou alteração despoleta a crise.
Tem tendência para crises de garganta por frio. Começa por ficar com a lingua inchada na base.

Os pés estão sempre frios e húmidos. As meias ficam húmidas.
Mau gosto ao acordar. Eructações também com mau gosto.

Obstipação muitos dias sem desejo de evacuar.
Garganta, edema das glândulas ao ficar constipada ou com problemas gástricos. Prurido.
Não qguenta esforço. Chorosa, transpiração e suor fácil.

Calc. 13 m.
Tosse seca sufocativa. Dois meses nova dose de Calc., 13 m.
Passado mais um mês, Calc. Cm.. Após 2 meses, Calc. cm e ficou curada.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Andar, atraso

Andar, atraso


J. 2a desenvolvimento lento. Não gatinhou a tempo. E só agora começou a andar mas com dificuldade. Tem pouco vocabulário e é complicado entendê-la.

Tem problemas de dentes, muita dor e faz otites. Fica irritada e só se acalma com presença da mãe.
Muito exigente no que come. Come uma dieta extricta.
Ao observar estes e outras queixas foi dado Calcarea Carb. Apropriado apenas para este caso.

Os pais disseram que o vocabulário teve uma explosão e era mais fácil de perceber. Repete tudo o que os pais dizem. Anda sem dificuldade. Sempre que adoece este é o seu similimum constitucional. Está muito menos irritável.

Autismo

AUTISMO E HOMEOPATIA – Uma cura - Octubro 7, 2007

O nosso corpo não é um objecto, mas um processo contínuo sem limites.

Sr e Sra P. vieram à consulta com R. de 4a.
Quando tinha 2a, foi diagnosticado com autismo, sendo colocado na escala como médio alto.
O seu problema era mais na comunicação e cognição. Para além dos sintomas comuns ao autismo, tinha um desejo enorme por leite. (Carcinosin).

Cabeça suada ao dormir, calor corporal, dificuldade de adormecer, desejo de sal e chocolate, Inquietude, ama dançar,  auto-estimula-se, historial genético de neo

Carcinosin LM. O remédio serviu como uma luva, R. não teve agravamentos.

Teve resultados positivos logo no primeiro mês. Os barulhos tornaram-se palavras, a hiperactividade reduziu e começou a obedecer aos comandos. A sua auto estimulação desapareceu

R. começou a brincar com as outras crianças. Ainda tem vestigios residuais de autismo, mas os professores nem notam. Apenas são perceptíveis para os pais. Em momentos de crise tem algumas memórias de difculdade de linguagem.

Ar. Falta, Asma

Asma


G. 12a, a mãe trouxe-o para resolver a asma. G. está bem atento e responde sempre que lhe pedem. Tomou esteróides por inalação desde por mais de 2 anos, a sua asma começou depois de terem mudado de casa. A medicação funciona, mas a mãe quer que a homeopatia resolva a situação.

Como parte do quadro a sua asma « exercício físico (correr, bicicleta). G. pertence à equipa de ciclistas e está sempre a ficar para trás por falta de ar. Ele não se importa com a asma, mas ao ficar para trás teme aborrecer os seus companheiros de equipa.

Ao perguntar mais sobre este ponto a mãe revela que G. é muito sensível aos sentimentos das outras pessoas, sente que fez a pior coisa do mundo quando faz chorar a sua irmã mais nova. E refere “ se a mana é má para mim, eu sou pior” com lágrimas nos olhos. Quando perguntado sobre este momento revela : “ não gosto que me façam mal a mim nem de fazer mal aos outros. Doís quando me magoam por isso sinto dor quando magoo os outros.” Confessa então que desde que usa óculos chamaram-lhe nomes e fugia. “ Quando me empurram, sinto-me fraco e impotente.” “ A mana sabe ser má, e por vezes sinto que ela nem gosta de mim.” - lágrimas silenciosas escorrem da sua face.

“ Ela diz que me odeia, isso perturba-me e vou para o meu quarto chorar.”

A mãe refere que G. tem demasiada empatia. Quando a sua irmã (tia de G) morreu g. sentiu-se muito triste pela mãe. Quando a via chorar, sentava-se ao seu lado confortando-a. “ Ele é um anjo, quando vê alguém a sofrer.”

Quando perguntado pela mudança de casa (causal) G. refere que deixou todos os amigos para trás e sentiu-se muito só. Fez novos amigos (mas a asma manteve-se).

Análise

G. é muito sensível, manifesta essa natureza pelo choro fácil. Isto individualiza a sua queixa dos outros casos de asma.

A prescrição foi lógica. Pulsatilla.

choro ao falar da sua queixa
excesso de sensibilidade
asma por causal de abandono e tristeza
sensibilidade por sentir-se só

Após a primeira toma G. deixou de dar notícias por 5 meses. Ao regressar a mãe pediu desculpas e disse que G. já não tinha asma, juntou-se à equipa de futebol da escola e andava a passear na sua bicicleta de montanha. Nunca mais necessitou do inalador. A sua auto-confiança subiu igualmente, tendo sido líder de turma e orador na escola sobre o “bullying” (abuso) dos colegas. A irmã aborrece-o igualmente mas nas palavras do próprio “Não sei porquê, reajo de forma diferente e já não me aborreço.”

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Ar, falta

Ar, falta


Foi por telefone. O pai ligou desesperado, a filha de 10a tinha ido passear no Dia das bruxas, comeu alguns doces e começou a sentir náuseas. Sentia-se mal e ao regressar a casa foi deitada na cama e começou com duficuldade em respirar, sem se mexer, de olhos bem abertos a olhar para o tecto.

Tentei acalmá-lo, disse para ligar para o 112 e voltar a ligar-me de seguida.

O telefone voltou a tocar nem tinha passado um minuto, ele descreve que a filha tem maior dificuldade na expiração. Ficou combinado que ele levaria o Kit SOS de homeopatia na sua viagem para o hospital de urgências e voltaria a ligar.

Ainda meio ensonado, o reportório abre-se. A lista de medicamentos dança devagar.

mais de 11 para dificuldade na exalação ao respirar
incontáveis em olhos bem abertos a olhar para o tecto

Foi então que a sorte sorriu, 19 medicamentos correspondiam Estômago, náuseas após doces. Um padrão começou a surgir.

Após alguns minutos que pareceram uma eternidade o telefone volta a tocar. A filha foi ligada à máquina como esperado. A respiração não era perceptível e a dificuldade a expiração permanecia.

IPECA, um minuto depois a filha sorriu, levantou-se e começou a conversar. O médico das urgências quando entrou até ficou zangado por estar a perder tempo com um caso resolvido, enquanto tanta gente sofria naquele hospital. Infelizmente não teve curiosidade de saber como foi feito aquela cura.

Ipeca é da famíla Rubiacea, a mesma da Coffea e China. Pode ser resumida em: “Sempre com desejo de estimulantes e depois sofre as consequências.” Com muita boa vontade podemos colocar os doces na categoria de estimulantes, e ver como funciona a homeopatia. Tem como palavras chave: Gourmant, Alarvidade e Coplapso.

A imobilidade do corpo, a dificuldade na expiração (por reter a respiração), a náusea após os doces como causal … tantas pistas e tão pouco tempo. Ainda bem que a sorte ajudou.

Do ponto de vista oriental temos algumas ideias para emergência. Falta a imagem do ponto SOS no VC.

Alergias

Alergias


J. 3 a sofre de alergias na última Primavera e Outono queixava-se de corrimento nasal e espirros, esfregando constantemente o seu nariz e colocando os dedos nas narinas vezes repetidas chegando a limpar-se na zona dos olhos. Mas mais evidente era o seu comportamento.

Normalmente ela é uma criança sossegada, calma e feliz. Mas durante as crises ela bate na mãe e irmão, pontapeia e não é cooperante, ficando zangada quando lhe pedem para fazer algo. Se lhe interrompem na brincadeira ou sente que não lhe realizaram o seu desejo atira coisas. Não respeita a disciplina e desafia as ameaças dos pais. Quanto mais a repreendem mais ela se zanga, grita e atira coisas.

O sono de J. alterou-se durante as alergias com terrores nocturnos acordando a gritar e procurando agarrar os pais. Quando perguntada pelo motivo refere que um personagem da Rua Sésamo tentava comê-la.

Análise
Do ponto de vista homeopático J. só necessita de algo que revitalize o seu sistema imunitário. Ou seja de uma substância que provoque na pessoa sã:

prurido nasal, levando a colocar os dedos no nariz
Irritabilidade que leva a atirar coisas quando zangada.
Terror nocturno que leva a pessoa a agarrar alguém para sentir-se segura

CINA, em fitoterapia para a irritações intestinais (worm-wood). Provoca prurido nasal e terror nocturno na sua forma homeopática. Após tomar, o prurido e os terrores nocturnos melhoraram mas J. continuva irritada e cansada, lutando contra o sono.

PSORINUM, (com mm comparada a CINA)
Irritabilidade, com insónia
Medo de acordar, com tremores
Comportamento infantil obstinado desagradável
Febre dos fenos, prurido nasal e leva os dedos ao nariz

Após a toma J. recuperou a energia e o prurido dos olhos e nariz piorou (agravamento homeopático) por uma semana, desaparecendo de seguida. Nunca mais teve alergias.

Sono. luz acesa

Sono

J. 8a, desde a infância até aos 3a teve problemas de sono e acordava a gritar durante a noite. Até hoje teve dificuldade em dormir e quer luz acesa de noite.

Muito inquieto, nao quer estar sentado na cadeira pois queria tocar tudo no gabinete, é simpático mas dá ordens à mãe. Observa-se que a mãe não conta tudo, para não aborrecer o filho. Sempre que a mãe refere algo que J. não gosta ele finge cuspir, este repete-se ao longo da consulta.

A mãe refere que J. não dorme metade da noite por medo, quando perguntado J. refere ter medo do escuro. Ao pedir mais explicações refere os “monstros”, Não quer descrê-los mas nem consegue ver programas de tv mais aterrorizantes.

J. tem outros medos, como por exemplo ter ficado aterrorizado ao atravessar uma ponte, nas palavras do próprio “ os cães metem medo, não importa o tamanho.”

Ao perguntar sobre a genética, mais tarde a mãe revela por telefone que J. é adoptado. O pai sofria de esquizofrenia, o que assustou a mãe.

O historial clínico revela otites dupurativas (com pus e tratadas com atibióticos) e constipações recidivas.

Até hoje J. continua a molhar a cama, tem desejo de vinagre, bebe o molho das taças de salada no fim.

Similimum:
medo do escuro
medo de alturas
medo de cães
treme ao acordar
simula que cospe
desejo de vinagre
urina ao dormir de noite
sofre por supressão de descargas auriculares
Inquietude nas crianças

Stramonium - medos nocturnos principlamente o dormir com a luz acesa. Após 3 depois depois da toma, J. dorme tranquilamente. Deixou de molhar a cama.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Prostata

Sr. J . 74 anos, diagnostica há 7. tinha de urinar de 2 – 2 horas, levantar-se três vezes da cama à noite. Biópsia deu negativa. Aos 20 anos removeu linfoma tubercular.


Pessoal – tímido e apreensivo, perfeccionista. Ambicioso, Presidente do concelho de administração com empresa própria de consultadoria “...para descontrair.” Assustava falar em público mas depois de começar corria bem.

Dieta - < temp extremas. Flatulência, enfartamento com pouca comida

Geral – muito guloso, apreciava álcool. Gostava de comida quente, detestava fria. Digeria mal ostras, cebolas e couves.

Prescrição – > phos, sabal – urinava menos vezes de noite, mas voltou. > Lyc, só levantava uma vez noite, melhor função sexual. Ficou melhor e recorre a sabal em crise.